domingo, 23 de maio de 2010

Coisas de Menino

1ª Coríntios 13
1 Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.
2 E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.
3 E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.
4 O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece.
5 Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal;
6 Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;
7 Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
8 O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá;
9 Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos;
10 Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado.
11 Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.
12 Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido.
13 Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor.


A Carta aos Coríntios foi escrita por Paulo como uma resposta aos questionamentos da Igreja de Corinto. Havia muitas dúvidas acerca dos dons espirituais e também muitas divisões internas de tal maneira que alguns se diziam ser de Paulo, outros de Apolo, outros de Pedro e outros de Cristo. O apóstolo discorreu sobre a importância de cada pessoa da igreja, assim como é importante cada membro do corpo humano, e finalizou : Passo agora a mostrar-lhes um caminho ainda mais excelente. É onde começa o texto acima.

Assim como Jesus exaltou o Amor a Deus e ao próximo acima de todas as Leis, Paulo exaltou o Amor acima de todos os dons espirituais. Esse é o caminho mais excelente.

Paulo sacramenta que mesmo quando comparado com a fé e a esperança, o Amor ainda é maior.

E é também interessante que em seguida ele fala de seu próprio passado da maneira com que uma mãe amorosa fala das falhas de um filho, tratando como “coisas de menino”.

Muitos se consideram pessoas boas mesmo sem conhecer o evangelho. Más após conhecer as boas novas de Jesus percebem o quanto estavam longe, quantos comportamentos “de menino” adotavam em sua vida pecadora.

O Cristianismo tem na sua essência o renascimento, que se concretiza com o amadurecimento espiritual. As coisas que mudamos depois da conversão, que deixamos para trás, não são de maneira alguma abstinência de coisas que precisamos, más sim as coisas que simplesmente perderam a graça, assim como nossos brinquedos de infância não nos trazem nenhum entusiasmo hoje.

Paulo, quando era Saulo, perseguiu a igreja e assistiu passivamente o primeiro mártir cristão, Estevão ser apedrejado.

Saulo achava que estava servindo a Deus. Na verdade era um menino cheio de convicções e fé, que cresceu somente depois de conhecer Cristo.

E essa visão amorosa sobre os erros do passado é que precisamos ter acerca de nossos próprios erros, antes de termos conhecido o evangelho.

E Paulo, na excelência do Amor, leva essa visão para além de si, tratando o comportamento dos crentes de Corinto naquele momento como “coisas de menino” que no fundo, apenas precisavam crescer.

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